MINHA PRIMEIRA VEZ TODA MONTADINHA

31/12/2014 09:39

Para mim estar toda montada era estar completamente vestida e maquiada da cabeças aos pés, me sentir mulher, fêmea, sentir um sopro feminino que me daria a sensação de que finalmente a Marcelle existia, Me olhar no espelho e ver trocada a imagem do homem para a mulher era a minha busca naquele momento.

Eu ja vinha com alguns adereços, tipo salto alto, calcinhas, minis, enfim. O vestuário feminino ja fazia parte de minha fantasia mas não me completava por inteiro ainda faltava algo. Queria mais coisas que me dessem este sentir feminino e fui buscando o que faltava em meu imaginário. Acrescentei as unhas postiças (sempre clarinhas com francesinha). Isto me deu outra dimensão , afinal, unhas pintadas é algo bem feminino. Unhas grandes e delicadas só se vem em mãos femininas. Aquilo mechia comigo, me excitava. Ver minhas mãos de forma tão delicada e feminina era tão louco e criava uma dimensão que ainda não havia experimentado. Mechia com as mãos, queria ver elas pegando coisas, lavando louça, arrumando a casa. Coisas de mulher mesmo. Sempre tenho um kit de unhas postiças. Adoro elas. Sempre digo as CDzinhas novas: "As unhas te dão a certeza de que você é muler mesmo ou você já viu algum homem de unhas grandes e delicadas e bem pintadas?".

Estar na frente do espelho me vendo cada vez mais completa em meu desejo era a maior sensação próxima ao feminino que eu sentia. Não existe nada mais louco do que o imaginário na cabeça de alguém. Sentir é um impulso que liberta a gente, isto de alguma forma da sentido ao simbólico e tudo que eu precisava era simbólicamente me sentir mulher. Mas ainda faltava algo para a Marcelle ficar completa.

Meu cabelo era improvisado com um lenço e aquilo me incomodava na medida que todo o resto estava feminino. Faltava os cabelos longos caindo sobre o rosto, sobre os ombros. Fui para a Internet e sai a cata de uma peruca, escolkhi a dedo a que eu desejava em meu corpo. Aquilo que me completaria na totalidade e preencheria minha alma feminina. Ali estava ela me chamando. Foi amor a primeira vista. Com muito medo preenchi meus dados no Mercado Livre e fiz a compra. Contatei a vendedora por Messenger e ela vestiu a peruca para mim. Deu um frio na barriga vendo ela com aqueles cabelos ruivos esvoaçantes na câmera. Fiz a encomenda e acompanhei tudo pela internet desde seu primeiro movimento. Ela ia chegar num sábado e me acordei cedo esperando o carteiro bater a minha porta. estava muito excitada e nervosa. Fiquei na sacada até avistar o carteiro chegar na  minha rua fazendo as entregas. QUando veio até a minha porta eu já estava lá embaixo. Assinei a entrega e subi correndo para abrir a caixa. Num impulso ela já estava aberta e logo coloquei ela na minha cabeça. Tudo mudou dali pra frente. Em frente ao espelho eu brincava com meus longos cabelos. Penteava, colocava para o lado, olhava por trás. Foi uma das maiores sensações que tive como CDzinha, se não a maior. Totalmente feminina me montei e me pintei. Perfume tudo. ANdava pela casa, caminhava, não sabia o que fazer. Fui para a Internet queria me mostrar para o mundo.

Estava muito excitada com tudo aquilo. Era uma das primeiras vezes que meu pau ficou duro como Marcelle. Eu mesmo me desejava. Queria me mostrar me sentir observada por alguém, mas não mais na CAM. Isto aconteceu antes de minha primeira transa. Acho que a peruca acabou me dando a coragem suficiente para ir em frente e foi o que aconteceu.

Me sentir muherzinha na sua totalidade foi a maior sensação que tive na minha vida. Confesso que naquele momento desejei ter nascido mulher e confesso aquilo me assustou. Fui fazer terapia para tentar ver o que estava acontecendo comigo e acabei colocando meu problema a minha terapeuta que acabou por sugerir que eu tivesse uma relação com um homem. Me perguntou se eu tinha como fazer isto acontecer. Disse que iria tentar. Estava bem receosa de uma homossexualidade latente adormecida. Mas o mais estranho é que nunca curti homens, ou seja, nunca me senti atriada por homens e como Marcelle sempre buscava a figura das mulheres para observar. Musicas de mulheres, fotos de mulheres, enfim.

Na terapia descobri meu disturbio e tratei de aceitá-lo numa boa. Foi como me libertar. A idéia de minha terapeuta de eu transar com um homem era justamente para eu descobrir se curtia homens ou apenas desejava me sentir mulher de alguma forma tendo um homem me penetrando. Tudo certo, o que eu queria e desejava era me sentir penetrada, curtia o pau do carinha e não ele. Até mesmo por que nunca escolhi os gostosos, os bombados. Até não curto muito este tipo de homem para ir para a cama. O que eu quero mesmo é o pau do carinha e não ele.

Enfim, a minha primeira vez na frente do espelho como mulherzinha foi minha grande experiência e até hoje isto ocorre. Ser CDzinha sem unhas postiças e peruca não funciona pra mim. Não funciona pra mim eu não estar totalmente montadinha. Assim eu nasci para o mundo e para vocês que e acompanham por vezes ou as vezes. E principalmente aqueles que tiveram comigo em algum momento. Amigos que sabem, homens que eu transei ou tentei transar. Sou grta a todos os olhos que me observam e me constróem o desejo feminino. Amo vocês de coração por me fazerem mulher, femea em todos os sentidos.

Até o próximo conto...